Título original republicado: “Animoca Research: Sidekick—Construindo Infraestrutura LiveFi de Negociação em Tempo Real”
Sidekick é uma plataforma de conteúdo Web3-first focada em livestreaming, oferecendo desde análises de mercado a transmissões de games blockchain. Ao incorporar os conceitos de “livestream e-commerce” ao universo cripto, Sidekick assenta as bases do LiveFi—criando um ambiente onde KOLs, traders e projetos se conectam em tempo real.
O crescimento do livestreaming em Web3 é uma resposta às falhas persistentes no marketing cripto e ao excesso de saturação no mercado de atenção.
A partir do primeiro trimestre de 2024, plataformas como Pump.fun, LetsBonk da BONK e Raydium Launchpad facilitaram drasticamente o lançamento de tokens. Tokens inteligentes com IA aceleram esse movimento. A emissão de tokens saltou mais de 50 vezes desde o começo de 2024, enquanto o número de carteiras ativas nas principais blockchains Layer 1 dobrou. Porém, os mecanismos de exposição de tokens não acompanharam essa evolução—o que dificulta a visibilidade de projetos em estágio inicial.
No mercado institucional, entre o primeiro trimestre de 2024 e o de 2025, o investimento de venture capital em cripto continua crescendo, mas está ainda mais concentrado em um seleto grupo de projetos “estrela”. Com isso, tais projetos enfrentam pressão extra por exposição, dadas suas altas avaliações e requisitos de liquidez.
Diante desse cenário, a distribuição eficiente de conteúdo e comunicação objetiva tornaram-se essenciais. Não basta lançar um excelente produto—é preciso ganhar a batalha pela atenção. De acordo com Jonny, fundador do Sidekick, o sucesso dos projetos depende cada vez mais da capacidade de captar e engajar o público desde cedo, não apenas de fundamentos sólidos.
Dentre os canais disponíveis, KOLs (Key Opinion Leaders) são os principais alavancadores de awareness. Embora agências possam conectar projetos a super KOLs, essas parcerias costumam ser dispendiosas e de alcance restrito. Assim, o grande desafio é como engajar KOLs intermediários para maximizar o retorno do marketing.
Muitas plataformas InfoFi tentam resolver isso por meio de airdrops baseados em rankings—os projetos distribuem recompensas conforme a viralização no Twitter/X. Apesar de estimular participação e incentivar produção entre KOLs médios, essa abordagem gera conteúdos repetitivos, levando à fadiga do público e quedas de resultado.
O desafio então é: como fazer com que projetos—especialmente startups—se destaquem no meio do ruído, conquistem rapidamente a confiança e entreguem conteúdo diferenciado de modo consistente?
O livestreaming oferece vantagens estruturais para impulsionar o Web3. Ao contrário dos posts estáticos ou vídeos gravados, as lives permitem interação espontânea e transparente entre criadores e espectadores. Isso possibilita que o público avalie, além do conteúdo, o comportamento, motivação e credibilidade dos apresentadores—elementos que impulsionaram o sucesso do livestream e-commerce no Web2. Apenas em 2023, o GMV desse modelo na China superou os US$ 690 bilhões, e modelos semelhantes já ganham tração no Ocidente.
O ambiente Web3 é marcado por assimetria de informação e altos custos de confiança, criando espaço ideal para o livestreaming como ferramenta de redução de incertezas e construção de credibilidade.
O perfil demográfico também favorece o livestreaming: cerca de 60% dos usuários globais de cripto têm entre 25 e 44 anos, faixa etária que representa quase metade dos usuários do Twitch. Esse alinhamento cultural indica que o público cripto já está bastante receptivo ao conteúdo ao vivo.
A adoção acelera: em 2024, o Pump.fun adicionou recursos de live para que criadores apresentem tokens em tempo real. Já a categoria “Crypto” no Twitch reúne mais de 4.600 espectadores diários—equiparando-se a gigantes como NBA 2K25 e Call of Duty.
Na prática, o livestreaming reflete a jornada de descoberta dos usuários. O Sidekick aponta uma trajetória típica em cinco etapas:
Esse percurso evidencia o peso de pessoas de confiança na propagação de narrativas, validação de legitimidade e construção de confiança inicial. O livestreaming, por ser interativo e instantâneo, atua como catalisador eficaz desse processo.
Sidekick é uma plataforma de descoberta cripto baseada em lives, cujo foco está na análise de mercado ao vivo e engajamento direto com projetos. O produto nasce como resposta à escassez de atenção, velocidade nas mudanças de narrativa e importância crescente da confiança para a adoção de novos usuários no Web3.
Ao integrar profundamente transmissões ao vivo com ferramentas de negociação, o Sidekick favorece a interação dinâmica entre projetos, criadores e espectadores—aplicando a lógica do livestream e-commerce à realidade LiveFi e conectando narrativa com a participação da comunidade.
O ciclo “confiança em ação” do Sidekick começa no próprio design do produto, que incorpora mecânicas de engajamento do Web2 e potencializa com as funcionalidades de trading Web3. A plataforma mistura recursos inspirados em TikTok, Huya e Bilibili:
Criadores produzem conteúdo ao vivo e a audiência pode recompensá-los com gorjetas, presentes, anúncios ou assinaturas—formando um ecossistema interativo e altamente rentável.
Sidekick oferece aos streamers dois canais principais de monetização: gorjetas (presentes virtuais) dos espectadores e um programa de incentivos financiado pela plataforma.
Usuários comuns também têm papel fundamental. Eles assistem às lives, acessam informações de mercado, participam de chats em tempo real e podem ser recompensados via airdrops promocionais no aplicativo.
Equipes de projetos e anunciantes são o terceiro elemento, utilizando AMAs ao vivo, campanhas de airdrop e inserções de produtos para aumentar exposição e engajamento comunitário. Projetos também podem fechar parcerias com streamers, transformando-os em canais de marketing voltados à performance.
Como camada de infraestrutura e matchmaking, o Sidekick cobra comissões sobre os projetos parceiros—semelhante ao funcionamento de uma taxa de corretagem.
Comandado por Jonny—profissional com bagagem em games, vídeo ao vivo e investimentos—o Sidekick conta com talentos vindos do ecossistema Web2. Jonny iniciou carreira na Wanyoo, a maior rede de lan houses da China, onde liderou a expansão para a Europa, além de fundar a Bixin, conhecendo a fundo o comportamento gamer e o universo das lives.
Sob a gestão de Jonny, o Sidekick participou do MVB Accelerator da BNB Chain (temporada 7) e captou recursos de YZi Labs, Altos Ventures, Fenbushi Capital e Hashkey Capital. O projeto é parceiro da Solana Foundation, Base, OKX Wallet e faz parte do programa Google Cloud Web3 Startup.
A expansão do Sidekick é dividida em três fases, cada uma voltada para segmentos específicos de usuários e tipos de conteúdo:
Na primeira fase, o foco está nos usuários nativos de cripto, especialmente aqueles ativos em grupos privados chineses, ausentes das grandes redes públicas como o X. O objetivo é criar uma base fiel de usuários.
A segunda fase mira influenciadores de entretenimento em geral—não apenas gamers profissionais, mas também perfis que conquistam audiência pelo humor, narrativa e apelo emocional. Assim, a retenção e o engajamento crescem.
Por fim, a terceira fase busca ampliar novos nichos. O Sidekick não pretende competir diretamente com gigantes do streaming de games como YouTube, Huya ou Douyu, que concentram direitos de propriedade intelectual e recursos de eSports. O objetivo é ocupar o espaço de conteúdo cripto ao vivo, com mais flexibilidade para testar novos criadores, formatos e estratégias de monetização.
Essa abordagem gradual e orientada pela comunidade já apresenta resultados práticos. Usuários adotam avatares no estilo Sidekick e produzem conteúdos educacionais de forma espontânea, alimentando um ciclo orgânico de crescimento, engajamento e lealdade.
A equipe se mantém engajada nas comunidades cripto, negociando memecoins e participando de grupos de KOLs para acompanhar, em tempo real, os fluxos de atenção e tendências de narrativa.
Com a convergência entre livestreaming e análise de mercados cripto, o segmento “LiveFi” se diversificou rapidamente. Os principais modelos incluem: ferramentas de live terceirizadas para Twitter/X; plataformas de lançamento de tokens com recursos de live (como Pump.fun); transmissões de games integradas (caso da Abstract Chain) e lives nativas em exchanges (como as novas funções da Binance).
Cada abordagem reflete um entendimento diferente sobre o papel do livestreaming na criptoeconomia:
No geral, a maioria das plataformas ainda trata o vídeo ao vivo como “adendo de marketing” ou “camada secundária”. O diferencial do Sidekick é colocar o livestreaming no centro da experiência de negociação—integrando criação de conteúdo, trading de tokens e engajamento comunitário, com recursos nativos de monetização como gorjetas e recompensas via airdrop, envolvendo criadores e espectadores diretamente em atividades on-chain.
Enquanto exchanges como Binance lançam recursos de live restritos a tokens já listados, o Sidekick permite que criadores transmitam sobre qualquer ativo—novo ou de nicho—assumindo vantagem competitiva ao capturar tendências da comunidade e ciclos especulativos emergentes.
Exemplo recente: um streamer transmitiu ao vivo sua trajetória negociando uma memecoin, que terminou em uma CTO (community takeover—quando a comunidade assume a liderança do projeto). A audiência pôde acompanhar cada passo em tempo real e participar do debate, tornando a experiência transparente e participativa.
No quesito regional, o Sidekick formou base sólida entre criadores e usuários em comunidades de língua chinesa, contratando mais de 1.000 KOLs especializados em lives. Esse equilíbrio entre oferta de conteúdo e lealdade dos criadores garante vantagem competitiva para atrair e reter público qualificado.
Com a evolução do mercado, o Sidekick está migrando de plataforma de conteúdo para camada de infraestrutura nativa Web3. Mais do que um canal informativo, tornou-se um motor de descoberta em tempo real, conectando conteúdo diretamente à ação do usuário. Nesta função, o Sidekick avança além de “camada de conteúdo”, posicionando-se como “camada de execução”, transformando a audiência em atividade on-chain de forma fluida.
No futuro, o Sidekick poderá explorar novos casos de uso on-chain—lançamento de tokens, participação em IDOs, inscrição em whitelists e até empréstimos. A plataforma seguirá desenvolvendo módulos para suportar novos protocolos e dApps.
Assim como o livestream revolucionou o e-commerce, o Sidekick busca liderar essa transformação no ecossistema Web3.